Como otimizar o processo de filtração industrial é tema de palestra na Abrafiltros
É preciso, primeiramente, conhecer o processo de filtração detalhadamente dos clientes e, depois, vender as soluções com os conceitos para a realização de um bom negócio. Foi o que afirmou Rogério Jardini, engenheiro especialista em filtração, que proferiu palestra de filtração de processos industriais, no dia 20 de julho, na sede da Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais. Segundo Jardini, a filtração não é um processo aleatório, pois segue regras definidas e resumidas num decálogo, referindo-se a 10 princípios que a envolvem.
“O filtro entope pela remoção de contaminantes no fluido e que ficam retidos, ou seja, ele não entope pelo volume de fluido que passa por ele”, comentou o especialista, enumerando o primeiro princípio. Ele explica que são as partículas que entopem o filtro e que a relação entre a vida útil do filtro e a sujeira é direta: quanto mais sujo está o fluído a ser filtrado, menor será a vida útil do filtro.
Falou sobre a velocidade, função direta da quantidade de contaminantes que chega ao filtro e da área efetiva. “O mais econômico é aquele que fornece mais poros, dimensão requerida por unidade de área”, ressaltou.
No terceiro ponto explicou sobre até onde é possível entupir. “Até o ponto em que os poros livres causem uma perda de pressão na saída, reduzindo a vazão e o torne insuficiente para atender a demanda do processo de filtração”, disse. Pontuou também sobre proporcionalidade, esclarecendo que o filtro remove uma porcentagem maior ou menor das partículas que chegam, conforme os requisitos da filtração.
Jardini revelou que os filtros, que removem partículas menores que o tamanho dos seus poros por adsorção, apresentam a vantagem de entupir mais lentamente dos que removem por interferência geométrica.
O sexto princípio, que, segundo o especialista, deve-se ter conhecimento detalhado, que envolve os três elementos do processo de filtração – fluido, contaminante e meio filtrante.
Sobre a seleção de filtros, comentou que este processo consiste em determinar o mais grosso e aberto, com poros maiores, e não o mais fino, sendo que o efluente do filtro mais grosso deverá atender às especificações de nível de contaminação requeridas. “Filtros mal selecionados podem trazer consequências desastrosas, tanto econômicas pelo custo da filtração, como pela qualidade do produto filtrado”, alertou.
Para que a filtração seja viável e econômica é necessário que o sistema tenha perda de pressão disponível suficiente para entupir uma porcentagem considerável de poros.
No nono princípio, Jardini lembrou que quanto menor a velocidade específica do fluido pelo filtro, maior será o volume total do filtrado obtido até alcançar a pressão diferencial terminal.
Finalizando a apresentação, falou sobre custo de filtração. “Não é somente o custo dos elementos filtrantes. É preciso observar todo o processo, incluindo valor dos elementos filtrantes por volume anual de fluido tratado, mão de obra das trocas dos elementos, consumo de energia, perdas do fluido, manutenção da unidade, custo de horas paradas e descarte dos elementos filtrantes”, concluiu.
“A apresentação faz parte de projeto-piloto da Abrafiltros para futuros cursos nesta área, e está em sintonia com o papel da entidade de trazer novos conhecimentos e o aperfeiçoamento de ideias para os segmentos de filtros automotivos e industriais”, explica João Moura, presidente da associação.
Fonte: VERSO Comunicação