PEUGEOT e SANTOS DUMONT – a história que se cruzam
PEUGEOT E SANTOS DUMONT, DOIS MUNDOS QUE SE CRUZAM PELO PIONEIRISMO
A saga da marca no mundo da mobilidade carrega mais de 150 anos. No Brasil, apesar de ter recentemente completado 30 anos de atuação oficial no setor automotivo, há registros bem mais antigos – a começar pelas bicicletas da empresa, que se tornaram famosas por aqui logo após o lançamento na Europa, no fim do século XIX.
Mas o assombro desembarcou sobre quatro rodas em 1891, quando Santos Dumont, então com 18 anos, viajou com a família para a França. Foi lá que conheceu as primeiras criações de Armand Peugeot (1849-1915), o empresário que levou seu sobrenome à indústria automobilística.
“Os automóveis eram ainda raros em Paris em 1891. Tive de ir à fábrica de Valentigney para comprar minha primeira máquina, uma Peugeot de estrada de três e meio cavalos de força”, conta o pai da aviação em seu livro.
O carro em questão é o Peugeot Type 3 Vis-à-Vis, modelo que teve apenas 64 unidades produzidas entre 1891 e 1894. “Era uma curiosidade. Nesse tempo não existia ainda nem licença de automóvel nem exame de motorista. Quando alguém dirigia a nova invenção pelas ruas da capital, era por sua própria conta e risco”, relata Santos Dumont sobre suas primeiras voltas de carro pela França.
A família do então jovem aviador foi uma das primeiras a receber o automóvel PEUGEOT, o que comprova o prestígio daqueles que, na época, figuravam entre os maiores produtores de café do Brasil.
Conhecido na França como Voiturette, o Type 3 era movido a gasolina e 3,5 cv de potência máxima. Essa configuração permitia ao carro alcançar os 18 km/h de velocidade máxima.
Segundo os registros da própria PEUGEOT, esse foi, de fato, o primeiro automóvel que o futuro pai da aviação trouxe para o Brasil, em novembro de 1891. Veio em um navio que atracou no Porto de Santos.
Tem-se registro ainda de outro PEUGEOT importado por Santos Dumont, o icônico Phaeton Type 15, datado de 1897. O modelo não possuía volante, apenas uma alavanca para virar à direita e à esquerda. Para garantir a combustão dentro do motor, possuía duas barras de metal na traseira que eram aquecidas até ficarem incandescentes
“Daí em diante, tornei-me adepto fervoroso do automóvel. Entretive-me a estudar os seus diversos órgãos e a ação de cada um. Aprendi a tratar e consertar a máquina. E quando, ao fim de sete meses, minha família voltou ao Brasil, levei comigo a minha Peugeot”, diz Santos Dumont em sua autobiografia.
Fonte: STELLANTIS